✨ CAPÍTULO 16 – PRIMEIROS SINAIS DE PERTENCIMENTO
ANA CLARA
Eu nunca pensei que uma mansão pudesse ter silêncio.
Não o silêncio gelado do orfanato à noite, mas um silêncio… vivo. Confortável. Como se as paredes sussurrassem histórias antigas e, de alguma forma, esperassem por mim.
É estranho pensar nisso, mas hoje sinto que não estou “de visita”.
Algo está mudando.
Algo em mim.
Algo ao meu redor.
Estou arrumando a sala de brinquedos do Theo quando ele corre até mim com um desenho na mão.
— Ana, olha! — ele estende um papel cheio de cores tortas. — É você, eu e o papai!
Paro.
Meu coração dá um salto tão forte que por um segundo penso que ele vai aparecer estampado no desenho também.
Pego o papel com cuidado.
Tem três pessoas: um homenzinho alto com terno, um homenzinho pequeno de cabelo loiro cacheado e… eu. Com um sorriso enorme. Maior até que o do Theo.
— Você gostou? — ele pergunta com a ansiedade pura de uma criança.
— Eu amei, Theo — digo, com a voz mais suave do que pretendia. —