O carro cortava a estrada escura em uma velocidade constante. As luzes do painel iluminavam os rostos sérios de Caio e Júlia. Do lado de fora, a noite parecia prender a respiração, como se o mundo aguardasse o que seria revelado naquela chácara isolada.
— Como souberam onde ele estava? — Júlia perguntou, olhando pela janela.
— Um dos nossos investigadores rastreou transferências bancárias incomuns feitas para a filha dele, em nome de uma instituição beneficente fictícia. Cruzando as datas com deslocamentos por aplicativo de entrega, chegamos até a propriedade. — Caio respondeu, sem tirar os olhos da estrada.
— E ele quer falar conosco?
— Sim. Mas exigiu que nós fôssemos pessoalmente. Disse que confia mais em quem também teve a vida destruída por Otávio.
Júlia apertou os punhos sobre o colo. Seu coração batia com força. O nome do contador — Elias Guerra — era uma sombra antiga. Um fantasma mencionado nos documentos que seu pai tentou apresentar à promotoria e que desapareceram misterio