O hospital central ainda mantinha o clima tenso da emergência recente. Júlia correu pelos corredores com o crachá do Montenegro Group ainda pendurado no pescoço, como se aquilo abrisse todas as portas que seu desespero não conseguisse romper.
— Senhorita Ferrer? — chamou uma enfermeira. — O senhor Montenegro pediu que a acompanhasse direto para o quarto. Ele está em observação, mas acordado.
— Ele está bem? — Júlia perguntou, tentando controlar o tom urgente da voz.
— Sim. Um corte superficial. Concussão leve. Ele teve sorte. — A enfermeira fez uma pausa, quase sorrindo.
— Mas está de mau humor.
— Isso quer dizer que ele vai sobreviver.
A porta do quarto estava entreaberta. Júlia bateu uma vez e entrou.
Caio estava recostado na cama, com um curativo lateral na cabeça e um hematoma na têmpora. Ainda assim, estava com a expressão irritada de quem odiava estar vulnerável.
— Você está bem? — ela perguntou, se aproximando.
— Melhor agora que você chegou. — Ele tentou sorrir, mas sua expres