O silêncio no tribunal era quase sagrado. Júlia sentia o peso de cada olhar, cada respiração contida, cada palavra que estava prestes a sair. Ao seu lado, Caio mantinha-se sereno, mas havia algo de diferente em seu semblante — não era apenas alívio por ter sido solto, era algo mais profundo, como se finalmente pudesse respirar sem o peso da vingança a sufocar seu peito.
Otávio estava sentado a metros de distância, seu rosto impassível. Mesmo acuado, mesmo prestes a ruir, ele ainda carregava aquela arrogância fria que o tornava tão perigoso.
— A defesa gostaria de chamar sua última testemunha — disse Júlia, erguendo-se com firmeza. — Helena Duarte.
Um murmúrio atravessou o plenário. Helena surgiu na porta, impecável, vestindo um conjunto sóbrio, sem os exageros que antes marcavam sua presença. Caminhou lentamente até o banco das testemunhas, parando por um breve instante para lançar um olhar fugaz a Otávio — um olhar que dizia tudo: traição, mágoa, escolhas erradas.
Sob juramento, ela