Ponto de vista de Rafaella Ferraro Bianchi.

O céu de Londres era cinzento, frio, impessoal. As gotas finas da garoa batiam contra o capuz de Rafaella enquanto ela caminhava apressadamente pelas ruas da cidade.

Ao seu lado, Aron falava sem parar, sugerindo um hotel, propondo um café, tentando soar protetor. Mas ela mal ouvia. O coração estava em guerra.

Cada passo que dava era como uma punhalada no próprio peito.

Ela precisava sumir.

Assim que pisara em solo britânico, soubera que aquela não poderia ser sua parada final. Aron era perigoso demais no papel de guardião, e Londres era uma cidade onde os olhos da máfia não dormiam.

Ela precisava desaparecer — por completo.

Portugal? Espanha? Palma de Mallorca.

O nome veio como um sussurro suave na mente perturbada. Uma ilha, um refúgio. Um lugar distante o suficiente do império Bianchi e da rede de controle de Salvattore.

Ela virou uma esquina sem avisar, o passo apertado. Aron olhou para trás e, por um breve segundo, ela viu a dúvida em s