Ponto de vista de Matteo Bianchi.
A manhã seguinte ao casamento estava serena na Villa Bianchi. Os ecos da festa ainda pairavam no ar — um ou outro copo esquecido, um perfume floral persistente nas cortinas e, sobretudo, uma sensação de mudança. Matteo observava tudo com um copo de café na mão, encostado à varanda de pedra que dava vista para o jardim.
O casamento fora perfeito. Rafaella surgira como um quadro pintado à mão, e o irmão, Salvattore, parecia mais inteiro do que Matteo o vira em muito tempo. Mas o que realmente o tocara... haviam sido as tulipas.
As mesmas flores que sua mãe amava. As mesmas que ela cultivava nos fundos da casa com as mãos sujas de terra e o olhar sonhador. Quando as viu na capela, espalhadas com cuidado entre os arranjos, Matteo sentiu um nó na garganta.
Rafaella havia trazido a mãe de volta — não em corpo, mas em presença. E aquilo jamais seria esquecido.
Ouviu passos se aproximando e virou o rosto para encontrar Erich. Ele vestia roupas casuais, mas a