Ponto de vista de Rafaella

A manhã surgia preguiçosa e suave, e mesmo assim, o coração de Rafaella batia em ritmo acelerado. Sentada no chão do quarto, com tecidos, amostras e papéis por todo lado, ela riscou mais um item da lista de preparativos. Tudo precisava estar perfeito. Não apenas porque estava se casando com o amor da sua vida, mas porque esse casamento marcava um recomeço — para ela, para Salvattore, para toda a família.

E ela queria deixar sua marca.

Ao olhar novamente para a paleta de flores que escolhera para a decoração, um pequeno sorriso se formou nos lábios. Tulipas brancas e azuis. Simples, elegantes e carregadas de significado. Ela havia tomado essa decisão sozinha, impulsionada por uma lembrança silenciosa da sogra. Dona Giulia amava tulipas. Costumava dizer que eram flores de alma forte, que resistiam às mudanças de estação com graça. Era sua forma discreta de homenagear aquela mulher que a acolhera, guiara e deixara um vazio imenso.

Mas Rafaella não contou a ning