Ponto de vista de Matteo
A casa principal não soava tão viva há semanas. Talvez meses. O aroma de vinho tinto, manjericão fresco e pão quente invadia os corredores como um sopro de vida antiga. Risos ecoavam da sala de jantar, intercalados com conversas cruzadas, histórias do passado e provocações leves. Pela primeira vez desde a morte de Mamma, Matteo sentia que o lar havia voltado a pulsar.
Sentado à cabeceira da mesa, ele observava tudo em silêncio, como um general em paz. Salvattore, com o braço estendido atrás da cadeira de Rafaella, murmurava algo em seu ouvido e ela sorria, leve. Grávida, radiante. Com os dedos entrelaçados aos dele como se nunca mais fosse soltar.
Erich, do outro lado da mesa, parecia mais relaxado do que o habitual. Para muitos, poderia passar despercebido, mas Matteo conhecia bem aquele homem. Eram amigos de longa data, irmãos de vida e guerra. Matteo sabia reconhecer o brilho diferente nos olhos dele quando pousavam em Chiara.
Eles achavam que ninguém notav