POV: Rafaella Ferraro

A manhã seguinte amanheceu em tons de silêncio suave.

O sol filtrava pelas frestas da cortina, iluminando nossos corpos entrelaçados na cama como se até ele soubesse que algo sagrado havia acontecido na noite anterior.

Eu acordei antes dele. Observei seu rosto sereno, a forma como uma de suas mãos repousava possessivamente sobre meu ventre, como se já soubesse que ali dentro havia mais do que apenas silêncio.

Meu coração parecia estar em paz pela primeira vez em semanas.

Mas também pulsava com um medo tênue, como se quisesse me lembrar de que a felicidade sempre vinha com um preço — e que, cedo ou tarde, alguém viria cobrar.

Tentei me levantar devagar, mas sua mão apertou um pouco mais meu ventre.

— Onde pensa que vai, piccola? — murmurou com a voz ainda rouca de sono, os olhos entreabertos.

Sorri de leve.

— Tomar banho. A água da banheira já deve ter secado em mim...

Ele abriu os olhos de vez e me puxou de volta para a cama, deitando-se por cima de mim como se a