POV: Rafaella Ferraro
O quarto parecia quente demais. Ou era eu.
Cada centímetro da minha pele parecia pulsar, latejar, implorar pelo toque dele. Já fazia dias que eu lutava contra esse desejo — mas hoje... hoje estava impossível.
Fechei as cortinas, apaguei as luzes e caminhei até o banheiro. Abri a torneira da banheira e deixei a água cair, sentindo o vapor se erguer lentamente. Despi-me como se estivesse me livrando de um fardo e sentei na borda, observando a espuma se formar com lentidão.
Tentei convencer a mim mesma que um banho quente me ajudaria a acalmar. Que talvez, depois, eu conseguiria dormir sem pensar em Salvattore. Sem imaginar seus lábios percorrendo minha pele, sua voz rouca no meu ouvido, seu corpo colado no meu.
Mas assim que mergulhei na água quente e o líquido cobriu meu corpo nu, a lembrança veio como um raio.
Aquela noite.
Nós dois, naquela mesma banheira.
O som abafado dos gemidos, o deslizar da pele molhada, o gosto da saudade que existia até mesmo enq