POV Salvattore Bianchi
Três meses. Noventa dias. Duas mil e cento e sessenta horas. Desde que recebi a foto do nosso filho e a carta que ela deixou com aquele entregador.
Foi tudo o que tive dela.
Rafaella desapareceu como fumaça no vento e eu fiquei com uma imagem tremendo nas mãos, o nome “Máximo Giuseppe Ferraro Bianchi” ardendo como ferro quente no meu peito. Eu lia e relia cada palavra da carta como se pudesse arrancar dela um pouco do perfume que ela costumava usar.
E agora...
Ela estava diante de mim.
A porta se abriu devagar. E ali estava a mulher que me assombrava todos os meus sonhos. Só que diferente.
O cabelo, antes escuro como a noite siciliana, agora estava mais claro, puxando para um mel que brilhava à luz do sol de Mallorca. E os olhos... verdes. Não os castanhos que eu conhecia de cor e salteado, mas verdes, como o mar revolto atrás dela. Lentes, talvez. Mas absurdamente belos.
Ela estava linda. Devastadoramente linda.
E havia algo novo nela. Uma aura serena, poderosa