Ponto de Vista: Rafaella Bianchi
O som tranquilo da casa parecia uma canção de ninar constante. Máximo dormia em seu berço, a respiração ritmada e serena. Salvattore estava na poltrona ao lado, os olhos fixos no pequeno enquanto acariciava levemente minhas pernas estendidas sobre as dele.
Fiquei observando os dois por alguns instantes. Aquela era a cena que eu jamais pensei viver, mas que agora se tornava meu porto seguro.
— Salvattore... — murmurei, hesitante. Ele me olhou de imediato, atento. — Eu queria te pedir algo.
— Qualquer coisa — respondeu com naturalidade.
— Eu quero ir ao Brasil. Ao Rio de Janeiro.
Ele arqueou uma sobrancelha, curioso.
— Meus avós ainda estão lá... Eu queria que eles conhecessem o Máximo.
— Os pais do seu pai...?
Assenti, sentindo a garganta apertar.
— Eles foram tudo pra mim quando meus pais morreram. Me acolheram, me cuidaram, me protegeram mesmo com a distância. E agora... meu avô está num estágio avançado de Alzheimer. Às vezes lembra, às vezes se perd