Capítulo 77

A noite se abriu diante de nós como uma garganta escura.

O vento cortava a pele, úmido, impregnado de fumaça e de um cheiro que eu aprendi a temer desde criança: prata.

A prata tem um som próprio, um assobio frio que entra pelo ouvido e desce até os ossos.

E agora eu o ouvia por todos os lados.

Corremos.

Não como humanos, não como lobos por inteiro.

Corremos como quem carrega um mundo nas costas e, ainda assim, recusa-se a soltá-lo.

A floresta se movia em manchas.

Galhos, sombras, olhos.

O chão parecia ceder e se reafirmar a cada passo, e o ar vinha em golpes, em punhos, como se a própria noite tentasse nos deter.

Atrás, os uivos cresceram, escalonados, marcando distância e direção.

Havia muitos.

Alguns eram nossos, outros não.

E, misturados a eles, o estalo seco de armas, o silvo das flechas, o estilhaço de prata batendo em pedra.

Danilo ia à frente, o corpo ferido desenhando uma linha de fogo que eu podia ver mesmo no escuro.

A energia que saía dele tinha gosto de brasa, de ferro qu
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