Capítulo 71

O dia nasceu frio, com um vento que parecia arranhar a pele.

O fogo na caverna já era só cinza, e o cheiro de fumaça ainda grudava nas roupas, misturado ao de terra úmida e sangue seco.

A luz filtrava-se pelas fendas da pedra, revelando poeira no ar — cada partícula parecia dançar preguiçosa, sem saber que o mundo lá fora estava à beira de mais uma guerra.

Danilo ainda dormia, deitado ao meu lado, o braço pesado em volta da minha cintura, o rosto calmo de um homem que esqueceu o que é ser alfa.

Observei por alguns segundos, tentando gravar aquele silêncio, como se pudesse guardá-lo para quando o caos voltasse.

E ele sempre voltava.

Passei os dedos por sobre a cicatriz no peito dele.

Era antiga, grossa, uma lembrança de outra batalha, outro erro.

A loba dentro de mim suspirou, inquieta.

Ele não pertence à paz. Nenhum de nós pertence.

Levantei-me devagar, com o corpo dolorido, cada músculo lembrando as horas em que o abracei na noite anterior.

Ainda sentia o calor da pele dele, a lembra
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App