O mundo girava.
O ar cheirava a sangue, chuva e terra.
As árvores ao redor tremulavam sob a força do vento, e a lua, tímida, aparecia por entre as nuvens, iluminando fragmentos de destruição.
Senti braços fortes me erguerem do chão — quentes, firmes, desesperados.
Por um instante, não soube se ainda estava viva.
O som do coração dele batendo contra o meu ouvido foi o primeiro sinal de que a vida não havia me deixado.
Era um som antigo, conhecido.
O mesmo que me embalava nas noites em que ainda acreditava que destino e amor eram a mesma coisa.
Tentei abrir os olhos, mas as pálpebras pesavam.
A dor no ombro latejava com cada passo que ele dava.
Danilo me carregava como se o mundo inteiro coubesse nos braços dele.
A respiração dele estava irregular, e cada vez que eu deslizava para o lado, ele me puxava de volta, como se temesse que eu desaparecesse.
Ele te encontrou, murmurou a loba dentro de mim, em tom quase reverente.
Sim, respondi, fraca. Mas e se for tarde demais?
Ela fico