Capítulo 61 – Danilo

A primeira coisa que senti foi o cheiro dele.

Amadeirado, quente, misturado ao sangue seco e à fumaça da fogueira.

O segundo foi a dor, uma pontada aguda no ombro, outra nas costelas, e uma fisgada profunda no peito, como se o coração ainda lutasse para se lembrar de bater.

Abri os olhos devagar.

O teto do abrigo era de pedra escura, iluminado por pequenas chamas que dançavam nas tochas.

O som da chuva ainda vinha de fora, mas lá dentro tudo era silêncio.

Senti o toque dele antes de o ver.

Mãos grandes, quentes, movendo-se com delicadeza.

Os dedos passavam sobre minha pele com cuidado, limpando o sangue, envolvendo as feridas com tiras de pano improvisadas.

Por um instante, não ousei respirar.

Danilo estava ajoelhado ao meu lado, sem camisa, o corpo coberto de cortes e hematomas, mas o olhar fixo em mim.

O cabelo úmido caía sobre a testa, e cada movimento parecia conter o esforço de alguém que se sustentava apenas pela vontade.

— Não devia se mexer — disse, sem olhar diretamente para
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App