O primeiro som que ouvi ao despertar foi o da chuva batendo no telhado.
Um som lento, constante, como se o mundo estivesse tentando me lembrar de que eu ainda estava vivo.
Demorou alguns segundos até entender onde estava.
O cheiro de sangue seco e madeira velha me trouxe de volta.
O corpo doía em todos os lugares.
A respiração era curta, irregular.
Quando tentei me mover, senti o curativo puxar a pele e a dor me rasgar por dentro.
Mas não era isso que me preocupava.
O quarto estava vazio.
A pequena vela que restara havia se apagado, e o vento que entrava pela janela trazia o cheiro do amanhecer e o vazio do que não estava mais ali.
Rebecca.
Chamei o nome dela, mas só o eco respondeu.
Levantei com dificuldade, o corpo pesado demais para o pouco de força que restava. As mãos tremiam enquanto apoiava na parede.
No chão, havia marcas.
O lençol que eu usara para me cobrir agora estava dobrado. A tigela com água, vazia. E, sobre a mesa, uma faixa rasgada,parte da roupa dela.
Ela havia part