RENDIDA PELO ALFA DA MINHA IRMÃ

RENDIDA PELO ALFA DA MINHA IRMÃPT

Lobisomem
Última actualización: 2025-12-07
CANLI  Recién actualizado
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Resumen
Índice

Eu nunca deveria ter me apaixonado por ele. Eu sabia que era errado, mas nunca imaginei que esse amor me tornaria sua prisioneira. Subestimada, acusada e presa em uma teia de traições, só me resta uma saída:lutar para provar minha inocência. É minha única chance de provar quem realmente sou e de conquistar a liberdade que tentaram me roubar. Vou lutar para ganhar. E, na minha vitória, reivindicarei o alfa que nunca deveria ser meu.

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Capítulo 1

01

TARYN

Eu me sentei diante do espelho de mogno, penteando cuidadosamente meus longos cabelos negros, enquanto a mente se recusava a se concentrar no ritual de preparação. Hoje seria o dia em que seria apresentada ao meu noivo, um alfa mais velho, vindo de fora e recentemente viúvo. Eu não o vi, mas sua fama de homem ríspido chegou até mim pelas empregadas. Infelizmente, eu não podia convencer meu pai do contrário quando ele já tinha tomado a decisão.

Meus dedos deslizaram pelos fios macios, arrumando cada mecha, mas meu coração estava em outro lugar. Não havia expectativa, nem entusiasmo, nem qualquer vestígio de curiosidade. Que diferença faria se ele me aceitasse ou me rejeitasse? Meu coração, há muito, pertencia a outro, o marido da minha irmã, o alfa que eu jamais poderia ter. Um amor proibido, sufocado pelo dever e moral.

O espelho refletia meu rosto pálido, quase translúcido sob a luz da lampada. Apertei levemente as bochechas, tentando induzir um rubor que não vinha naturalmente. “Se ao menos houvesse cor suficiente para esconder a falta de vida em meus olhos”, pensei com ironia.

Meu pai, agia como se todo o futuro da família dependesse desse casamento. E talvez dependesse. Mas meu coração estava em pedaços. Eu me arrumei, ajustando o corpete do vestido de seda, tentando não tremer diante da ideia de cumprimentar um homem que mal conhecia, cuja presença deveria trazer prestígio, mas que não despertava nenhum interesse real em mim.

Enquanto me erguia, tentando adotar a postura impecável esperada de uma Windmere, uma parte de mim se encheu de ansiedade silenciosa. Não por ele, mas por aquilo que eu realmente desejava e jamais poderia ter.

Descendo as escadas de carvalho polido, senti meu coração acelerar, não pelo noivo que me esperava, mas pela presença de quem eu realmente desejava esquecer. Lá estavam eles. Kalinda e Caius, minha irmã e meu cunhado. E, ao cruzar os olhos dele, quase fraquejei. O olhar de Caius era intenso, o verde reluzia e se expandia em pontos de luz, parecendo mudar de cor constantemente, também parecia íntimo, mas ainda assim distante. O carinho que ele nutria por mim era meramente fraternal, e eu lutava contra cada batida descompassada do meu peito, decidida a anular meus próprios pensamentos.

Ele estava perfeito em seu terno azul-marinho, impecável, etéreo. A visão dele deveria me machucar mais do que qualquer coisa, mas também me lembrava do que eu perdera antes mesmo de realmente ter. Respirei fundo, lembrando a mim mesma que aquela noite significava outra coisa para mim. Meu passaporte para longe dessa tortura. Eu ficarei noiva de outro homem, mesmo que seja um velho rude, e isso finalmente traria alguma distância entre mim e Caius. Por mais que amasse a ilha, qualquer desculpa para afastar meu coração dele seria bem-vinda.

No fim da escadaria, Kalinda me recebeu com seu sorriso habitual, sempre tão perfeita, gentil e encantadora, e minha sensação de inadequação só aumentou. Ela sempre parecia flutuar pela vida, enquanto eu era apenas a desgraça da família, a garota frágil de beleza mediana, filha de uma amante. Suspirei, cumprimentando-a com cortesia. Para Caius, ofereci apenas um aceno contido.

— Já viu seu noivo? — perguntou Kalinda, com aquela doçura que me irritava sem que ela percebesse. — Um homem interessante.

Mas antes que eu pudesse responder, Caius franziu levemente o cenho.

— Seu pai está sendo precipitado, Kalinda. — A voz firme, mas carregada de cuidado, me fez estremecer. — Ele é muito velho para ela.

E naquele instante, senti novamente o peso de meu coração dividido, de minha própria insignificância diante da perfeição da minha irmã e da autoridade silenciosa de Caius.

— Ele é um alfa, Caius, e tem um bom patrimônio — rebateu Kalinda, a voz suave e firme ao mesmo tempo. — Além disso, não tem filhos.

Ela olhou para mim e sorriu, um sorriso genuíno, radiante, que deixava claro o quanto aprovava a decisão do nosso pai. Eu apenas devolvi um sorriso contido, de lábios fechados. Nunca soube como me impor, nunca aprendi a confrontar ou questionar, principalmente após passar a maior parte da minha vida doente, ouvindo que jamais conseguiria um bom casamento. Palavras cruéis quando se tem dez anos, mas que martelavam a vida de qualquer mulher ômega sem habilidades. Casar e ter uma família é nossa principal função, ou ao menos assim dizia mamãe. Ela repetia todos os dias que eu não tinha muitas escolhas por ser quem era, por não ser uma filha legítima.

Caius me lançou um olhar, profundo e cheio de reservas.

— Quer que eu interfira? Posso falar com seu pai se você quiser. Não precisa se casar até encontrar alguém adequado. —perguntou baixo, quase em confidência.

Mu peito se apertou, já criando ilusões com o cuidado em seu tom. A única pessoa em quem eu conseguia pensar era ele. Encolhi-me levemente, lutando contra o impulso de ceder, de pedir ajuda, de abrir meu coração. Ele percebeu e apenas assenti com a cabeça, em negativa.

— Meu pai fez a melhor escolha para mim.

A testa de Caius se franziu com a minha decisão silenciosa, mas antes que pudesse protestar, Kalinda deu uma risada baixa, melodiosa, que a tornava ainda mais encantadora. Havia uma leveza nela que raramente se via, e era impossível não notar o quanto ela estava realmente feliz essa noite.

— Seu pai deveria ter escolhido um nobre, não um mero comerciante. —Caius resmungou, parecendo irritado.

Abaixei a cabeça, tentando ocultar minha vergonha por suas palavras. Ele estava certo, eu deveria casar com um nobre por ser filha de um nobre.

Minha irmã soltou uma pequena risada, e então engatou seu braço no meu, puxando-me suavemente em direção ao salão principal.

— Querido, você sabe que Taryn é uma filha bastarda, papai não pode fazer exigências. Ele conseguiu o melhor para ela. — minha irmã beijou minha bochecha. —Vamos, irmãzinha, você precisa conhecer o seu noivo.

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