A floresta parecia não ter fim. As árvores, molhadas pela chuva da madrugada, formavam uma parede densa que escondia o céu.
Cada passo era um esforço, cada respiração um lembrete de que eu ainda estava viva e sozinha.
O vento carregava o cheiro do norte, o mesmo caminho que o instinto insistia em me empurrar, como se a própria lua me guiasse, mesmo quando eu tentava me afastar dela.
A roupa encharcada grudava na pele. As botas estavam rasgadas, e o frio cortava como lâmina.
Eu só pensava em continuar andando. Se parasse, o medo me alcançaria.
E se o medo me alcançasse, o vínculo me arrastaria de volta a ele.
Você devia ter ficado.
Eu não podia.
Ele está ferido. Está chamando por você.
E eu não quero ouvir.
A loba suspirou dentro de mim, como se pudesse sentir o peso que eu carregava no peito.
Era o tipo de silêncio que doía mais do que o som de um grito.
Não havia raiva no que ela dizia, apenas tristeza.
Quando o sol começou a nascer, uma sombra se moveu entre as árvores.
Meus sentid