Mundo de ficçãoIniciar sessãoLuiza andava pela rua tranquilamente, quando o homem mais lindo que ela já havia visto a fez parar abruptamente. Ele tinha os braços muito bem torneados e músculo visíveis mesmo sobre a camisa branca que usava, seu cabelo era de um negro escuro e sua pele morena, os olhos prenderam sua atenção, eles eram caramelo, porém pareciam ter um contorno de um vermelho rubi. Está é a minha parceira pensou Alex, mas... Ela é uma humana e eu sou o Alfa da alcateia da Lua Negra.
Ler maisO vento corria entre as árvores como se carregasse segredos antigos, e a lua cheia iluminava o caminho estreito por onde Luiza caminhava apressada, abraçando o próprio corpo para se proteger do frio. Ela não deveria estar ali tão tarde. Sabia disso. Mas a trilha era o único atalho entre a casa de sua avó e a vila. E, por mais que detestasse admitir, ela sempre sentia… algo… quando passava por aquelas árvores altas demais, escuras demais, silenciosas demais.
Algo a observava. Algo que a conhecia. E, de certo modo inexplicável, ela não tinha medo. Um estalo forte quebrou a tranquilidade da noite. Folhas se moveram depressa. Luiza congelou, o coração batendo no pescoço. — Tem alguém aí? — disse, tentando parecer firme. A resposta veio em forma de um rosnado baixo, tão grave que parecia tremer o chão. Luiza deu um passo para trás. O ar ficou mais pesado. Os olhos dela percorreram a escuridão entre os troncos até encontrarem duas pupilas caramelo, brilhantes como âmbar aquecido. Ao redor delas, um halo vermelho-rubi ardia sutilmente, como brasas escondidas. E então ele surgiu. O lobo. Enorme, mais alto que ela, com o pelo negro como a noite e o corpo musculoso e imponente. Mas não era um animal comum. Aqueles olhos — caramelo com o anel rubi pulsando — encaravam Luiza como se pudessem atravessar sua alma. Ela deveria correr. Ela sabia. Mas não correu. — Você de novo… — murmurou Luiza, sem perceber que falava em voz alta. O lobo deu um passo à frente. A luz da lua revelou cicatrizes antigas em seu flanco e um olhar tão intenso que quase doía. Ele a observava como se esperasse algo dela, como se reconhecesse algo que ela mesma desconhecia. Um segundo passo. Outro. E então, quando ele estava tão perto que ela podia sentir o calor de sua respiração, o impossível aconteceu. O corpo do lobo brilhou. Dobrou-se sobre si mesmo. Ossos se moveram sob a pele, o som seco e rápido do estalar de articulações ecoando pela clareira. Luiza retrocedeu instintivamente, mas não conseguiu tirar os olhos daquele processo hipnotizante. Onde antes havia o animal gigantesco, agora havia um homem. Alto. Forte. Com cabelos escuros que caíam sobre os ombros e olhos… exatamente os mesmos. Caramelo profundo, rodeados pelo halo rubi, como se o fogo do lobo ainda vivesse neles. Ele respirava fundo, o peito nu subindo e descendo, ainda ofegante pela transformação. — Finalmente — disse ele, com uma voz rouca que parecia arranhar o ar. — Eu estava esperando por você. Luiza tentou falar, mas a voz não saiu. Ele se aproximou mais, devagar, como alguém que teme assustar. — Meu nome é Alex — disse. — E você, Luiza, não deveria andar sozinha pela minha floresta. Ela abriu a boca, mas nada saiu. Só conseguiu pensar em uma pergunta: — Como… você sabe meu nome? Os olhos caramelo-rubi suavizaram, iluminados por algo que ela não sabia definir — reconhecimento, desejo e uma devoção antiga, quase selvagem. — Porque você é minha — respondeu ele, dando o último passo que os separava. — Minha parceira. Minha escolhida. A humana por quem meu lobo chamou durante anos. O coração de Luiza disparou. Humana. Parceira. Alfa. Nada daquilo fazia sentido. Mas, por algum motivo, o cheiro dele — selvagem, quente, familiar — fazia seu corpo inteiro querer se aproximar em vez de fugir. — Eu não sou… — começou ela, mas Alex ergueu a mão e tocou suavemente o queixo dela, como se aquele gesto fosse um privilégio sagrado. — Você ainda não entende — disse ele. — Mas vai entender. A partir desta noite, tudo muda. O vento soprou forte, fazendo as árvores sussurrarem. A lua iluminava os olhos dele, realçando o contraste entre o caramelo ardente e o rubi pulsante ao redor. Era como olhar para algo perigoso e, ao mesmo tempo, irresistivelmente belo. Luiza engoliu seco. E respirou fundo. Algo nela — algo que nem ela sabia nomear — dizia que a vida que ela levava até aquele dia estava prestes a desaparecer. E que o responsável por isso era o homem-lobo à sua frente.Luiza tentou dormir. Tentou fechar os olhos e empurrar o mundo para longe. Mas a lua — mesmo escondida atrás de nuvens — parecia chamá-la como um sussurro dentro de sua mente.Cada vez que piscava, via Alex.O olhar dele voltava como uma lâmina quente em seu peito: ferido, frustrado, cheio de uma devoção que ela não sabia lidar. A chama rubi oscilando no fundo de cada íris, implorando por algo que só ela podia oferecer — controle, equilíbrio, destino.E então… Lucas aparecia também.Os olhos azuis, frios e profundos, encarando-a como se pudessem atravessar suas camadas mais secretas. A voz suave dele, cheia de segredos que Alex não queria dividir. Cada palavra carregada de uma verdade sedutora, perigosa.Alex era fogo. Lucas era gelo. E ela estava presa entre os dois.O triângulo a envolvia como uma gaiola sem portas.Virou-se na cama. Apertou o travesseiro contra o peito. Respirou fundo. Mas o ar parecia pesado demais, carregado demais.— Para — ela murmurou para si mesma, mas a
Alex levou Luiza de volta pela trilha escura em silêncio. Cada passo parecia um golpe seco contra o chão, como se ele estivesse segurando o mundo nas costas. Embora estivesse em forma humana, a aura lupina ainda vibrava ao redor dele — quente, inquieta, pulsante. Luiza sentia a energia dele roçar sua pele como calor de uma fogueira prestes a escapar do controle.Durante todo o caminho, ele não a olhou. Não disse uma palavra. Mas o silêncio não era vazio; era denso, cheio de emoções contidas. Algo no ar dizia que ele travava uma luta interna feroz.Quando chegaram à porta da casa da avó, Alex finalmente parou. Ele respirou fundo, como se buscasse coragem, e só então se virou para ela.Os olhos caramelo-rubi brilhavam com uma intensidade que a deixou sem ar.— Você está com medo de mim? — perguntou ele, a voz muito baixa, como se temesse a resposta.Luiza sentiu o coração ranger dentro do peito. Alex nunca parecera tão vulnerável. Tão… humano.— Não — disse ela, e a verdade escorreu int
A tensão entre os dois era tão intensa que parecia cortar o ar. Luiza ficou de pé lentamente, o corpo ainda formigando do que quer que tivesse acontecido.— Eu preciso… pensar — ela disse, recuando dois passos.Alex deu um passo para segui-la, mas interrompeu o movimento sem saber qual seria a reaçãode Luiza, ele sabia que ela estava assustada e atordoada com tudo o que havia descoberto nas ultimas horas. Ele olhava para ela como se o coração estivesse prestes a se partir. Seu real desejo era abraçá-la e levá-la para um lugar seguro e aconchegante.— Você precisa de mim — ele disse, a voz grave, abafada. — Nós somos ligados. Seu poder está conectado ao meu. Seus instintos, tudo. Se você treinar com um vampiro, ele pode…— Pode te matar? — Lucas completou. — Sim, eu até poderia. Mas só se eu quisesse — e sorriu, provocando Alex.- E eu não quero o mal de Luíza. Pelo menos, não por enquanto!Luiza ergueu a mão.— CHEGA. Eu não sei quem está mentindo. Não sei quem está certo. Tudo o que s
Luiza caiu de joelhos, as mãos tremendo. Alex correu até ela primeiro, cobrindo-a com o corpo para protegê-la de qualquer ataquou movimento brusco que o vampiro ousasse fazer. Lucas permaneceu à distância, observando com um brilho intrigante em seus olhos.— Luiza, olha pra mim — Alex pediu, segurando o rosto dela com cuidado. — Você sente alguma dor? Está tonta? Fale comigo.— Não… — ela engoliu seco. — Eu só… senti algo explodir dentro de mim. Como se tivesse uma luz muito forte presa e ela quisesse sair de meu corpo.Lucas riu baixinho.— Não é luz. É magia.Alex rosnou, ainda em forma humana, mas tão feroz quanto o grande lobo negro que estava a sua frente minutos antes.— Cale a boca.Lucas ergueu as mãos em rendição.— Eu só estou ajudando. Ela precisa entender.Luiza tentou se levantar, mas Alex a segurou.— Vá devagar. Seu corpo não está acostumado a liberar energia assim.— Que energia? — ela perguntou, exausta.Alex hesitou. Lucas tomou a dianteira.— O poder que corre no se
O impacto entre Alex e Lucas foi tão violento que o chão tremeu. Luiza recuou instintivamente quando o Alfa saltou sobre o vampiro, transformando-se no ar, o suor escorria sobre sua pele, que logo transformou-se em pelagem. O lobo negro caiu sobre Lucas com um rosnado estrondoso, que fez as árvores vibrarem.Mas Lucas se moveu rápido demais.Ele desapareceu num borrão e reapareceu atrás de Alex, segurando-o pelo pescoço com força sobre-humana.— Sempre impulsivo… — disse o vampiro, a voz calma demais para a situação.Alex se contorceu, tentando morder Lucas, mas o vampiro o jogou contra uma árvore que pareceu rachar-se, com um estalo seco. Luiza sentiu a respiração travar, ela suplicava pelo ar, mas ao mesmo tempo parecia não conseguir puxa-lo em suas narinas, como se o ar fugisse dela. Alex se levantou num salto, o rubi nos olhos estavam em brasa viva.Ele atacou de novo.Desta vez, Lucas não se esquivou. Ele deixou o lobo colidir contra seu peito apenas para agarrá-lo pelo focinho e
O silêncio que caiu sobre a floresta era pesado demais para ser natural. As folhas não balançavam. O vento não soprava. O ar estava imóvel — como se a noite inteira aguardasse o próximo movimento.Alex ficou parado à frente de Luiza, o corpo em postura de ataque. Cada músculo dele parecia prestes a explodir. O rubi nos olhos queimava tão forte que iluminava sutilmente a pele dele sob a lua.— Alex… — Luiza sussurrou — ele realmente está aqui?— Sim — respondeu ele, sem desviar o olhar da escuridão entre as árvores. — Eu sinto o cheiro. Sangue antigo. Frio. Doce demais para ser humano.Luiza engoliu seco.— E por que ele não aparece?— Porque é covarde — rosnou Alex. — Vampiros adoram observar antes de atacar. Calculam cada passo. Nunca mostram o rosto até terem certeza de que podem conseguir o que querem.Luiza sentiu a espinha arrepiar. Não porque temia Lucas… mas porque algo nele a tinha intrigado profundamente. Ao contrário de Alex, que queimava como fogo, Lucas emanava um tipo
Último capítulo