O beco parecia se fechar ao meu redor, me sufocando entre meus medos. As paredes estreitas, a respiração acelerada dos homens, o brilho metálico das armas apontadas para mim.
Eu sentia o cheiro e o queimor da prata.
Eu sentia a pele formigar, os ossos vibrarem sob a carne. Estava a um passo de perder o controle, de deixar a loba tomar tudo.
Minha loba gritava dentro de mim.
Um dos caçadores riu, a ponta da faca de prata pura, refletindo a luz fraca do poste.
— Vai ser rápido. Vamos vender essa pele por um bom preço. Vou poder comprar aquele carro que eu estava vendo.
Outro ergueu a besta, o olhar fixo em meu peito.
O rosnado escapou da minha garganta antes que eu pudesse impedir. Alto. Furioso. Os olhos arderam, minha visão ficou prateada, e as unhas já eram garras afiadas arranhando o concreto.
Fazendo um barulho de algo sendo quebrado.
Deixe-me sair, a loba exigiu, selvagem. Eles vão morrer antes que toquem em você.
Eu estava pronta para ceder. Pronta para explodir.
Mas, antes que p