Uma manta azul-clara, dobrada com capricho sobre uma prateleira. Tinha detalhes em branco, tão delicados que pareciam neve tecida à mão. E bem ao lado… um par de sapatinhos minúsculos, da mesma lã macia.
Lui Sem pensar, me aproximei e toquei nos sapatinhos. Clarissa só percebeu quando a vendedora sorriu para mim.
Clarissa virou-se assustada.
— Nora! Não, não… não precisa comprar isso — ela disse, rindo nervosa. — É o único dinheiro que você tem hoje. Eu juro que não precisa.
Eu olhei para ela. Depois olhei para os sapatinhos.E decidi: — Eu vou levar — respondi. — é para o meu afilhado ou afilhada.
Clarissa abriu a boca, fechou, abriu de novo — como se as palavras tivessem fugido.
— Nora… — ela murmurou, a voz fraquinha — você não precisava…
— Eu quero — respondi simplesmente.
Ela sorriu. Um sorriso meio bobo, meio emocionado.E eu comprei. A vendedora embrulhou tudo com cuidado, e eu segurei o pacotinho como se fosse precioso.
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Voltamos a caminhar pelo corredor entre as barra