Ficou ali, imóvel, o coração ainda acelerado e a mente fervilhando. O quarto estava mergulhado em penumbra, o som da respiração pesada de Joaquim preenchia o silêncio como um lembrete constante da noite que acabaram de viver.
Ela se sentia estranha, vulnerável. Não era arrependimento. Não era culpa. Era medo.
Medo do que aquilo significava.
Ela sabia como ele podia ser instável, como fugia sempre que as emoções ficavam mais fortes do que sua racionalidade doentia. Ele era bruto, intenso, e depois desaparecia como se nada tivesse acontecido. Já tinha feito isso antes. E ela não sabia se aguentaria ver aquela mesma frieza nos olhos dele pela manhã.
O peito apertou.
Tentou se mover devagar, escorregando sob os lençóis, na esperança de ir para o seu quarto antes que ele acordasse. Evitar o constrangimento, a rejeição.
Mas quando estava quase se levantando da cama, sentiu a mão forte dele agarrar sua cintura com firmeza, puxando-a de volta com um movimento possessivo.
— Minha porra... Minh