Enquanto isso, Alina…
O cativeiro era úmido e escuro. As paredes de concreto pareciam absorver qualquer som, qualquer esperança. Alina sentia o corpo doer. As marcas da surra estavam em sua pele, mas o que mais doía era a mente. O medo era constante. A
incerteza corroía.
Ela pensava em Joaquim, em Isabela, em Verônica. Queria gritar, mas não podia. Miguel estava sempre por perto,
observando, ameaçando.
— Da próxima vez, a surra vai ser pior — ele dissera após a última tentativa dela de escapar da corda frouxa.
Enquanto isso, em um galpão abandonado nos arredores de Sorocaba, Alina estava sentada num colchão velho,
encostada na parede úmida. O frio da madrugada deixava sua pele arrepiada, mas não era isso que mais a machucava. Era o medo. Era a incerteza. Era a dor.
O rosto ainda inchado, a lateral da testa com um hematoma roxo, os lábios rachados. Um dos homens que a vigiavam
havia perdido a paciência quando ela tentou fugir para o banheiro improvisado. Foi brutal. Ela não chorou.