O céu do interior mato-grossense estava pesado, carregado de nuvens escuras, quando Bruno deixou a estrada principal. O GPS havia parado de funcionar há horas, o sinal de celular sumira no meio do nada e o mapa de papel só confundia mais nas bifurcações mal sinalizadas.
O carro atolou. A lama engoliu metade dos pneus, e, por mais que tentasse, Bruno não conseguia tirá-lo dali. Foi quando, ao longe, avistou dois homens montados a cavalo — peões de alguma fazenda perdida na imensidão.
— Preciso chegar à Fazenda da Serra. — disse, sem rodeios.
Os homens se entreolharam. Um deles desceu do cavalo, apertou o chapéu contra a cabeça por causa da ventania e respondeu:
— Com esse tempo e essa lama... Só de cavalo, senhor. Se é urgente, vai ter que confiar na gente.
Sem pensar duas vezes, Bruno trancou o carro, jogou o casaco nas costas e montou. Seguiu os dois peões em meio a trilhas fechadas, subidas escorregadias, lama até os joelhos dos animais. A chuva e o vento cortavam o rosto, os galhos