Rafaella ainda sentia o corpo fragilizado quando o carro parou diante da fazenda. O portão de madeira se abriu lentamente, revelando a varanda que tantas vezes tinha sido abrigo, mas que agora parecia um campo de batalha silencioso. Seus olhos marejaram.
Antes mesmo que pudesse dar o primeiro passo, a porta da casa se abriu.
Matheus desceu correndo as escadas, os pezinhos batendo apressados no assoalho. A voz infantil, cheia de vida, ecoou pelo pátio:
— Mamãe! Você voltou!
Rafaella levou a mão ao peito, tentando conter as lágrimas.
Matheus avançou na direção dela, os braços abertos, mas Santiago o alcançou antes, pegando-o no colo. A voz firme, mas suave, cortou o ar:
— Filho… a mamãe ainda não pode te pegar no colo… ela está se recuperando. — Ele pousou Matheus no chão, inclinando-se para que os olhinhos castanhos do menino se encontrassem com os de Rafaella. — Mas você pode dar um abraço bem apertado nela.
Matheus correu, abraçando a mãe pelas pernas, e Rafaella se abaixou devagar,