Bruno caminhava pelo corredor do hospital, carregando um peso no peito que não conseguia nomear. Ver Rafaella viva, embora frágil, mexia com tudo dentro dele. Ainda a amava. Amava com a força que o orgulho tentava esconder. Sabia que havia perdido muito mais do que tempo — havia perdido a confiança dela, o direito de protegê-la, de estar ao seu lado naquele momento em que outro homem ocupava o lugar que já fora seu.
Foi então que ouviu a voz que menos esperava naquele instante:
— Bruno, preciso falar com você. É urgente.
Ele se virou devagar e se deparou com Izadora, vestida com elegância, mas com o rosto claramente abalado. Havia algo diferente em sua expressão. Determinação e, ao mesmo tempo, um medo contido.
— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou com frieza.
— Por favor, vamos até a ala do café. É sério.
Bruno não respondeu. Apenas seguiu ao lado dela até a cafeteria discreta no fim do corredor. Sentaram-se frente a frente, o silêncio entre eles mais barulhento do que qual