O sol de fim de tarde pintava de dourado os campos da fazenda afastada no interior do Mato Grosso. Ali, cercada por mata fechada e com estradas de terra pouco conhecidas até pelos moradores locais, Rafaella finalmente sentia que podia respirar — ou quase isso.
Ela caminhava lentamente do alpendre até o pequeno jardim, amparada por Dália e observada de perto por Miguel, que não saía do rádio nem por um segundo. Os sete meses de gestação haviam chegado com dores, inchaço e muitas lágrimas escondidas. Mas o bebê... o bebê estava firme, mesmo que a mãe estivesse quebrada por dentro.
Após passar cinco meses, o grupo viajou em silêncio até a cidade de Sorriso. Uma consulta médica, um ultrassom, um nome.
Na sala escura do consultório, enquanto o aparelho deslizava pelo ventre de Rafaella, todos prenderam a respiração.
— Aqui está ele... o menino de vocês. Forte e saudável. — disse a médica com um sorriso acolhedor.
Rafaella fechou os olhos e chorou em silêncio. Rebeca segurou sua mão.
— Já t