Santiago entrou devagar no quarto e encontrou Matheus encolhido na cama, o rosto molhado de lágrimas. Aproximou-se em silêncio, sentou-se na beira da cama e passou a mão com cuidado nas costas do menino.
— Filho… — sua voz saiu embargada — eu não queria que você soubesse assim. Queria esperar o momento certo, quando você fosse maior.
Matheus fungou e o olhou com os olhos marejados.
— Você… não é meu papai?
Santiago respirou fundo, segurando as lágrimas.
— Eu não sou o seu pai de sangue, filho. Mas fui o primeiro a te pegar nos braços quando nasceu, eu que te vi dar os primeiros passos… eu que escutei você me chamar de “papai” pela primeira vez. — sua mão tremia ao acariciar os cabelos do menino. — Você pode não carregar meu sangue, mas carrega meu coração. Para mim, você sempre será um Andrade, o meu filho amado.
Matheus abaixou o olhar, confuso, e a vozinha saiu baixa:
— Mas… e o meu outro pai?
Santiago engoliu em seco, forçando-se a dizer:
— O seu verdadeiro pai… é o Bruno. O que vo