O sol mal havia despontado em Mendoza quando Santiago se levantou. A mansão da família Andrade estava em silêncio, mas o clima era tenso. Ele vestiu seu terno preto sob medida, ajustou os botões da camisa com firmeza, e respirou fundo diante do espelho. Sabia que aquele dia não seria fácil.
Na grande sala de reuniões da propriedade, os patriarcas mais velhos da máfia do vinho e do café já estavam sentados em seus lugares — homens de terno escuro, rostos marcados pelo tempo, olhos frios e acostumados ao poder.
No centro da sala, Don Alejandro, avô de Santiago, ocupava a cadeira mais alta. Seu olhar era duro, mas ao ver o neto entrar, houve um leve aceno de respeito.
Santiago atravessou a sala em silêncio e se postou diante do conselho.
Antes que qualquer palavra fosse dita, Ramon Andrade, o primo ambicioso de Santiago, levantou-se teatralmente.
— "Senhores... antes de darmos continuidade ao que chamam de 'transição de poder', preciso levantar um ponto de extrema importância."
Os olhos