O sol de Mendoza filtrava-se pelas grandes janelas da mansão Andrade. A mesa estava posta com talheres de prata, taças de cristal e travessas repletas de pratos típicos. O aroma de cordeiro assado e empanadas pairava no ar, misturado ao perfume do vinho tinto recém-servido.
Santiago sentou-se na ponta da mesa, como de costume. À esquerda, seu avô Don Alejandro. À direita, seu primo Ramon, com o rosto carregado de tensão. Ao redor, outros membros do clã — irmãos distantes, tios e primos que raramente falavam, mas observavam tudo.
A conversa começou com banalidades. Clima, negócios, exportação de vinho... até que Ramon bateu a taça levemente na borda do prato.
— “Talvez devêssemos discutir o que realmente importa. O futuro da família Andrade.”
Santiago ergueu os olhos lentamente, como quem sabia o que viria.
— “Se você quer bancar o Dom, Ramon, comece falando com respeito.”
Ramon sorriu, irônico.
— “Respeito se conquista, primo. E desde que você deixou esse trono vago, o respeito foi fi