A loja era de alto padrão, mas discreta — como tudo que envolvia o clã. A madeira polida das prateleiras, os ternos impecáveis, a iluminação suave. Um lugar onde cada detalhe gritava poder silencioso.
Luxor entrou com passos decididos, o blazer pendurado no braço, o olhar afiado demais para sua idade. Era jovem, mas sua presença pesava no ar. Tinha vindo ajustar um novo traje para os eventos da empresa — mais por protocolo do que por gosto.
Não esperava cruzar com **Kael** ali.
Os dois quase colidiram na ala central. Kael estava de terno escuro, o rosto mais marcado do que Luxor lembrava — mas os olhos, aqueles olhos intensos, eram os mesmos do homem que o havia criado por cinco anos, escondido de todos.
Luxor parou. Kael também.
Por um segundo, o tempo congelou.
Foi Kael quem falou primeiro.
— Ainda escolhe tons sóbrios. Como seu pai.
Luxor ergueu uma sobrancelha.
— Meu pai está vivo.
— Eu sei — respondeu Kael, sem se abalar. — Mas durante cinco anos, eu fui o único que te chamava de