O salão estava vazio. Apenas o som do vento atravessando as fendas das janelas altas preenchia o espaço. Luxor sentava-se na cadeira de couro da antiga sala do conselho — agora usada como sala privada de deliberações. Tinha o rosto apoiado na mão fechada, os olhos fixos num ponto que só ele via.
Não era estratégia o que o prendia ali. Era memória.
Kael.
Os olhos que o protegeram nas noites de pesadelo. A voz que ensinou a controlar o instinto, quando criança. O primeiro a chamá-lo de “filho” quando ainda era só um bastardo sem nome.
Mas também... o mesmo Kael que agora todos rejeitavam como se fosse um veneno antigo engarrafado em nova garrafa.
Luxor tinha escutado Narelle, Rhaek, até os anciãos. Todos unânimes: “Kael não deve se reaproximar. Ele é ameaça. É raposa disfarçada de lobo.”
E mesmo assim, uma parte de Luxor... hesitava. Algo em seu sangue não sabia cortar aquilo tão fácil.
Foi nesse silêncio interno que Tiza entrou.
Sem bater. Sem anunciar.
A mãe de seus filhos. Sua parcei