Callista não hesitou.
As palavras de Narelle, cruas e implacáveis, ecoavam como veneno na sua mente. Mas em vez de recuar, ela mergulhou mais fundo. Começou a rondar os corredores da Matilha durante a madrugada, ouvindo conversas entre seguranças, acessando registros com senhas antigas, vasculhando mensagens com olhos famintos por algo que pudesse virar arma.
E encontrou.
Uma série de trocas criptografadas entre membros da eutarquia e o alto comando da Vorn Corporation, tratando da transição de poder, de alianças secretas, de heranças silenciosas. Não compreendia tudo, mas bastava. Era informação suficiente para ser perigosa. E foi direto a Kael.
Na calada da noite, usou um velho acesso por túnel externo. O mesmo que usava anos antes para seus encontros clandestinos. Kael a esperava no jardim dos fundos. Ele sorriu quando a viu.
— Então caiu de vez? — disse ele, sem disfarçar o escárnio.
— Estou farta de ser invisível — respondeu Callista. — Se vou ser traidora, quero ser lembrada co