Narelle acordou antes do amanhecer, quando o céu ainda era uma mancha cinzenta sobre a sede silenciosa da Matilha. O cheiro ácido das incubadoras persistia no ar, misturado ao suor frio que empapava seu corpo. Ela respirou fundo, obrigando-se a sentar. Cada centímetro do ventre latejou num protesto brutal, mas não importava. Ainda não.
Enquanto se esforçava para erguer o tronco, ouviu passos. Rhaek entrou no quarto com um semblante exausto, trazendo na mão o relatório lacrado do exame de paternidade. Ele parou a meio caminho, os olhos fixos nela como se pesassem cada possibilidade.
— O resultado chegou. — A voz dele era baixa, mas carregava uma tensão que poderia despedaçar aço.
Narelle estendeu a mão, trêmula. Mas quando ele tentou abrir o envelope, ela negou com um gesto.
— Eu mesma — sussurrou. — Eu quero ver primeiro.
Por um instante, o silêncio pareceu absoluto. Depois, ela puxou o lacre. Desdobrou o papel devagar, como se cada movimento pudesse desencadear uma guerra. Seus olhos