O Fruto que arde

Na mansão mais alta do setor leste, onde a luz parecia artificial mesmo em plena manhã, o interior da casa estava impregnado de incenso doce e veludo quente. As paredes cobertas por tapeçarias escuras abafavam os sons, mas não os gritos — aqueles que não vinham da dor, mas do colapso dos limites.

Cecília desceu as escadas como quem governa um templo profano. Estava nua sob o robe de seda vinho, os cabelos soltos, os pés descalços. Um cálice de vinho preto em uma mão, e um sorriso predador nos lábios.

Na sala principal, Kael estava sentado.

A poltrona de couro o engolia como uma cela viva. Seus pulsos estavam soltos, mas ele não se movia. O corpo magro, marcado, os olhos fixos na cena à sua frente — onde o prazer se misturava ao castigo, e o domínio deixava marcas mais profundas que qualquer mordida.

Callista estava no centro.

Com os braços atados por correntes de seda suspensas no teto, o corpo arqueado, as pernas abertas como oferenda. Seus olhos já não tinham vergonha. Apenas submis
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