O dia amanheceu com uma claridade translúcida, como se até o céu hesitasse em perturbar o silêncio pesado que envolvia a Matilha. Na ala administrativa da Vorn Corporation, todos sabiam que aquela manhã seria o início de algo irreversível.
Narelle chegou antes do sol nascer. O vestido preto, minimalista, realçava a barriga imensa. Cada passo dela parecia deixar um rastro de poder — e de expectativa. Em menos de um mês, os cinco herdeiros nasceriam. E ninguém ousava questionar se ela seria capaz de continuar governando enquanto paria uma nova geração inteira de alfas.
Ao entrar no salão de reuniões, encontrou os principais gestores reunidos em torno de gráficos que projetavam lucros recordes. Alguns a cumprimentaram com formalidade. Outros apenas abaixaram os olhos, conscientes de que haviam apostado contra ela — e perdido.
— Antes de começarmos — disse Narelle, a voz tão controlada que parecia cortante —, preciso que confirmem a última atualização do fluxo de suprimentos neonatais.
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