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CAPÍTULO 6 SEMANAS SE PASSARAM

Semanas se passaram.

A cada dia, os médicos relatavam sua luta silenciosa para sobreviver. 

Os cortes cicatrizavam normalmente, os hematomas já clareavam, mas o corpo ainda não respondia.

Um dos médicos responsável pelo acompanhamento de Ava Dr. Caleb olhou para a paciente em coma naquele leito.

A fome de vida que ela demostrava era tremenda e apesar dos cortes, ferimentos e hematomas ela tinha traços perfeitos, delicados, e lutava bravamente para sobreviver

E ele queria garantir que tudo estaria correndo bem, mesmo que ela ainda leve um tempo para acordar. Ele queria ajudar a dar essa chance a ela.

Ava era uma sobrevivente, uma guerreira da vida!

A luz branca e intensa do hospital contrastava com a escuridão em que Ava havia mergulhado. 

Sons distantes ecoavam em sua inconsciência, vozes murmuradas, o apito rítmico de máquinas que monitoravam sua vida frágil. 

 Seu corpo paralizado sobre a cama de UTI, cercado por fios e tubos que pareciam uma rede que a prendia entre a vida e a morte.

 Uma noite, quando a chuva voltava a açoitar as janelas do hospital, Caleb entrou no quarto com passos cuidadosos. Matilde ergueu o olhar cansado.

Doutor ela voltará para nós? Pergunta Matilde esperançosa.

Dr. Caleb suspirou.

— A pressão dela está estabilizando. O corpo tem reagido bem ao tratamento, mas ainda não podemos prever quando ou se ela acordará. Seu estado é crítico, mas Ava é forte.

Matilde apertou ainda mais a mão fria da sobrinha.

— Ela sempre foi. Ela vai voltar para nós. Sussurrou, como uma promessa.

Caleb concorda com um aceno, ele espera muito que isso aconteça. Ele está fascinado pela jovem que parece dormir naquela cama de hospital.

Os dias se transformaram em semanas. Ava, perdida em sua inconsciência, flutuava entre lembranças e sombras.

Ecos de sua vida passada a assombravam. O som da voz de Taylor, seus olhos cheios de cólera, o gosto do sangue, a dor, isso era uma constante em sua inconsciência.

Mas, então, algo mudou.

Uma leve pressão em seus dedos. Um reflexo quase imperceptível, mas Matilde percebeu.

— Ava? Sua voz quebrou o silêncio sepulcral do quarto.

Os olhos de Ava se moveram sob as pálpebras. Um suspiro vacilante escapou de seus lábios ressecados.

A campainha de emergência foi pressionada, e em segundos os médicos entraram apressados.

 — Ava, se puder me ouvir, tente abrir os olhos. Disse o dr. Caleb, enquanto ajustava os aparelhos.

Foi um esforço tremendo, como se estivesse puxando uma corrente pesada do fundo do oceano. Mas, lentamente, Ava abriu os olhos.

A luz a cegou por um momento. O mundo pareceu um borrão indistinto de formas e sombras. Seus lábios se moveram, mas nenhum som saiu.

— Você está segura, querida. Você sobreviveu. A voz de Matilde era pura emoção, os olhos marejados de lágrimas.

Ava piscou, tentando absorver o que acontecia. O torpor ainda dominava seu corpo, mas a dor... Ah, a dor era real. Estava viva.

 E, por um instante,em meio a sonolência causada pelos medicamentos a consciência da sobrevivência trouxe uma nova emoção:

 Liberdade!

O inferno havia terminado!

O monitor cardíaco começou a apitar com mais intensidade, o ritmo acelerando como se o próprio coração de Ava respondesse ao chamado do mundo. 

Os olhos entreabertos, ainda enevoados, buscaram algo em meio à claridade. 

O rosto de Matilde surgiu em sua visão turva, e o calor de sua mão apertando a dela foi a âncora que Ava precisava para não se perder outra vez naquele vazio sem tempo nem espaço.

Caleb se aproximou, o estetoscópio pendendo ao redor do pescoço, mas sua expressão era de um homem que acabava de presenciar um milagre. 

Seus olhos não se desviavam dos dela. A jovem, que por semanas havia se mantido inerte, respirava agora com mais firmeza. 

Havia vida ali, e não apenas a que as máquinas sustentavam, era a força bruta do retorno, da resistência, da alma que se recusava a ceder.

— Ela está acordando… Disse uma das enfermeiras, já preparando os procedimentos para a transição do coma induzido para a lucidez gradual.

A movimentação foi imediata. Mais enfermeiros entraram no quarto, os médicos se comunicavam rapidamente em termos técnicos, ajustando as doses de sedativos e oxigênio. 

Matilde, porém, não tirava os olhos da sobrinha, e sussurrava palavras doces em seu ouvido como quem tenta consolar uma criança após um pesadelo.

— Estou aqui, meu amor… Está tudo bem agora. Você voltou para nós. As lágrimas escorriam por seu rosto sem contenção, misturando-se com o sorriso que finalmente se formava depois de dias de angústia.

Ava piscava devagar, como se o simples ato de manter os olhos abertos fosse uma luta contra as forças que ainda a queriam no escuro.

Ela tentou mover os lábios, e um som quase inaudível escapou, um sussurro rouco, perdido entre a realidade e o delírio.

Caleb se aproximou ainda mais e tocou com delicadeza a mão enfaixada dela.

— Ava, você está no hospital. Sofreu um acidente, mas está segura agora. Você está em recuperação, e está cercada de pessoas que estão cuidando de você.

Houve uma breve contração em seu cenho. Caleb viu nos olhos dela o lampejo da confusão, da dor, e de algo mais:

Medo.

 As imagens vinham em flashes: o volante, a estrada molhada, os gritos, o impacto... e Taylor. Sempre ele.

O corpo de Ava, mesmo fragilizado, enrijeceu brevemente, e Matilde sentiu isso.

— Está tudo bem, Ava. Ele não está aqui. Ninguém vai te machucar. Disse a tia, com firmeza.

— Eu estou com você. E o doutor Caleb também.

A jovem piscou novamente, agora duas vezes, como se finalmente começasse a entender. 

Uma lágrima solitária escorreu pelo canto do olho esquerdo. Caleb a enxugou com um lenço com o mesmo cuidado que teria com uma flor machucada pelo vento.

— Você é muito forte. Ele murmurou, quase como se dissesse a si mesmo.

A tensão no quarto começou a ceder. Os exames mostravam que Ava estava estabilizando. A sedação seria reduzida aos poucos, e os próximo

s dias seriam decisivos.

Mas ali, naquele instante, Caleb soube: 

 Ela escolhera viver. E isso mudaria tudo!

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