O Primeiro Grito
O nascer do sol invade a janela da ala obstétrica como um sopro de ouro.
A cidade ainda dorme, mas dentro da Fundação Vasconcellos, os corredores fervilham em silêncio controlado.
Médicos e enfermeiras caminham com precisão, como se os passos medidos soubessem que algo grandioso se aproxima.
No quarto 312, Ava respira fundo, os olhos fixos no teto, as mãos espalmadas sobre o ventre tenso.
— Está mesmo vindo. Ela murmura.
Matilde, sentada ao lado, segura firme sua mãos.
— Seu filho vai nascer cercado de verdades. Diz, com lágrimas nos olhos.
— E de amor.
Caleb entra às pressas, ainda com o jaleco por cima da camisa amarrotada.
Seu rosto carrega noites maldormidas, mas seus olhos brilham.
Ele inclina-se, beija a testa de Ava e aperta sua mão.
— A sala de parto já está preparada.
E toda a equipe que você escolheu está aqui.
— Eu quero você comigo. A voz dela é firme.
— Não por segurança. Por nós.
Enquanto isso, na sala de imprensa, Helena coorde