George me encarava fixamente, com um olhar profundo e carregado. Engoliu em seco e, após um longo silêncio, sua voz se suavizou raramente:
— Se você se comportar direitinho, eu não vou ser duro com você.
Assim que terminou de falar, puxou o cobertor e o colocou sobre mim novamente. Em seguida, pegou a toalha e se preparou para sair.
Abracei suas costas às pressas, encostando o rosto nele e, com a voz rouca e fraca, falei com dificuldade:
— Eu não quero um médico... Só você cuidando de mim já está bom, George. Pode ser? Só dessa vez, você cuida de mim?
Quando a gente fica doente, o coração fica mais frágil, e a voz também. A minha soava delicada, com uma pitada de súplica.
Eu nem sabia se ele ia rir de mim. Afinal, do jeito patético que eu estava, ainda tinha a audácia de querer que ele, um presidente, cuidasse de mim. E o pior: alguém que me desprezava tanto. Mas não importava. De jeito nenhum eu podia deixar que ele chamasse um médico.
George ficou em silêncio por alguns segundos. Em