Acordei devagar, como se estivesse emergindo de um lago profundo. A primeira coisa que senti foi o peso na cabeça, uma pressão latejante que me lembrava cada gole do champanhe da noite anterior. A segunda foi a estranheza: o colchão era macio demais, os lençóis, cheiravam a amaciante caro, nada parecido com a cama simples do meu quarto.
Abri os olhos de repente.
O teto era alto, pintado em branco, com detalhes minimalistas. As cortinas pesadas filtravam a luz da manhã, deixando o ambiente em tons suaves de cinza e dourado. Ao lado, em uma mesinha, havia um copo de suco de laranja e um comprimido sobre um guardanapo dobrado com precisão.
Meu coração disparou.
— Onde eu estou? — sussurrei para mim mesma, a voz rouca.
Levantei devagar, percebendo que não estava com o vestido vermelho da noite anterior. No lugar, uma camisa masculina azul, grande demais para mim, caindo até a metade das coxas. Reconheci o cheiro imediatamente. O cheiro dele.
Engoli em seco, a lembrança da noite veio em fl