Meu estômago ainda revirava um pouco, mas a cabeça latejava menos depois do suco e do remédio. Eu só queria desaparecer daquele quarto enorme, pegar minhas coisas e ir embora antes que a situação ficasse ainda mais constrangedora.
— Eu preciso ir pra casa. — falei, puxando os lençóis até o queixo, como se isso fosse suficiente para me esconder dele.
Gabriel, deitado ao meu lado como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, abriu os olhos devagar e se ergueu com calma.
— Primeiro você vai tomar café.
— Não precisa. — tentei cortar, rápida demais. — Já atrapalhei demais.
Ele arqueou uma sobrancelha, como se minhas palavras fossem absurdas.
— Não é um convite, Nora. É uma insistência. — a voz dele era firme, mas havia algo quase brincalhão no jeito que disse.
Suspirei, derrotada.
— Tudo bem… mas só um café.
Ele sorriu de canto, satisfeito, e se levantou. Eu não conseguia não notar como mesmo com roupas simples ele parecia um homem que nasceu para ocupar o espaço. Grande demais, se