Capítulo 21 — Nora

Meu estômago ainda revirava um pouco, mas a cabeça latejava menos depois do suco e do remédio. Eu só queria desaparecer daquele quarto enorme, pegar minhas coisas e ir embora antes que a situação ficasse ainda mais constrangedora.

— Eu preciso ir pra casa. — falei, puxando os lençóis até o queixo, como se isso fosse suficiente para me esconder dele.

Gabriel, deitado ao meu lado como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, abriu os olhos devagar e se ergueu com calma.

— Primeiro você vai tomar café.

— Não precisa. — tentei cortar, rápida demais. — Já atrapalhei demais.

Ele arqueou uma sobrancelha, como se minhas palavras fossem absurdas.

— Não é um convite, Nora. É uma insistência. — a voz dele era firme, mas havia algo quase brincalhão no jeito que disse.

Suspirei, derrotada.

— Tudo bem… mas só um café.

Ele sorriu de canto, satisfeito, e se levantou. Eu não conseguia não notar como mesmo com roupas simples ele parecia um homem que nasceu para ocupar o espaço. Grande demais, se
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