O vento frio da tempestade batia contra meu rosto como navalhas, me fazendo gelar até os ossos. Mas não era o frio que me paralisava. Eram os olhares daqueles dois lupinos — fixos, carregados de intenções que eu não ousava nomear. Havia algo sujo e malicioso neles que me fez sentir um aperto sufocante no peito.
Meu coração disparava. Pensei em me transformar, fugir, lutar… mas a dor me lembrava da minha condição. Minhas costelas queimavam, quebradas, cada respiração era um tormento. Se me transformasse, rasgaria ainda mais o ferimento. Eu estava vulnerável. Presa.
Um deles se aproximou devagar, com um sorriso carregado de desprezo.
— Beba isso. — empurrou um copo com um líquido estranho contra meus lábios.
Virei o rosto, recusando.
— O que é isso!?
— Só beba! — gritou, a voz ecoando como trovão.
Continuei resistindo, tentando desviar, até que, sem aviso, sua mão me acertou com força. O tapa fez minha visão rodar. O gosto do sangue encheu minha boca, e ele sorriu satisfeito com minha d