Cassian*
O castelo se destruía em chamas uma ruína viva, cuspindo brasas como um monstro moribundo. O calor era insuportável, as pedras estalavam, o ar queimava nos pulmões. Lá fora, o som distante das flechas incendiárias cortava o céu. Lá dentro, só restávamos nós dois. Eu e ele. Pai e filho. Lobo e fera.
O acerto de contas inevitável.
Ele avançava com toda a força que possuía — e ele era terrivelmente forte, o grande lobo que um dia fora respeitado e temido. Atacava sem hesitar: jugular, pernas, estômago. Cada golpe carregava ódio e prazer. Eu tentava resistir, mas o impacto era brutal.
De repente, senti meu corpo ser lançado longe, chocando-se contra uma parede em chamas. A dor me rasgou por dentro, o gosto de sangue encheu minha boca. Arfei, tentando respirar.
Meu corpo já estava dilacerado pelos ataques dos lupinos, mas ele surgia diante de mim novamente — envolto pelo fogo, o corpo dourado queimando à luz vermelha das chamas.
Os dentes dele brilhavam cheios de sangue. Os olhos