Cassian*
Acordei pela manhã, os pequenos raios de sol entrando pelas frestas da janela, riscando o chão e a cama com uma luz morna e silenciosa. Toquei o espaço ao meu lado, como fazia sempre, procurando por Elara. Mas o lençol estava frio.
Ela nunca levantava antes de mim.
Franzi o cenho, um arrepio subindo pela nuca. Havia algo... diferente. O ar da casa parecia preso, pesado.
Lentamente, coloquei os pés para fora da cama e segui até o quarto de Marius. Abri a porta devagar, o coração já inquieto.
Vazio.
Nem ele, nem a menina.
Um silêncio estranho me envolveu, e então o senti o cheiro. Um odor doce, artificial, que não pertencia àquele lugar. Meu corpo inteiro se enrijeceu.
Desci as escadas rápido, os passos ecoando pelo salão. Alguns lupinos passavam, confusos, mas o lugar parecia... vazio demais.
Quando vi Castor ao longe, apressei o passo, o peito já apertado.
— Castor, você viu Elara? Ou Marius? — ele se virou devagar, os olhos arregalados, a expressão tensa.
— Cassian... preci