Meu pai fazia isso com a minha mãe.
A luz da lareira crepita suavemente. Ura está deitada, encolhida no canto do sofá improvisado, com o cobertor até o queixo. Sua expressão está tensa — as cólicas voltaram. Villano a observa de longe, hesitante.
— Está pior? — pergunta finalmente.
— Argh… tá. Como se uma coisa estivesse me apertando por dentro. — ela diz entre os dentes.
Villano fica em silêncio por alguns segundos, como se lutasse com algo dentro de si. Então, sem dizer mais nada, caminha até ela e agacha ao seu lado. Ele ergue o cobertor devagar, com cautela, e coloca a mão sobre o baixo ventre dela. Suas mãos grandes, frias de início, logo começam a aquecer. Ele massageia com cuidado, em movimentos circulares e lentos.
Ura o observa, surpresa. Mas logo seus olhos vão se fechando, aliviados.
— Onde você aprendeu isso...? — pergunta num sussurro.
— Meu pai... fazia isso com minha mãe. Quando eu era pequeno. — responde, quase engolindo as palavras.
— Então você lembra dela?
Ele para por um segundo, a mã