Seu punho fechou com força.
O sangue escorrendo pela palma.
— Villano foi criado com tudo.
Mas eu… eu sobrevivi com o que sobrou.
Se aproximou do vidro blindado que dava para o quarto onde Ura dormia.
— Você acha que ele te ama, Ura?— sussurrou, quase com raiva contida — Ele nem sabe o que é cuidar de alguém sem destruir tudo. Ele vai te arrastar pro inferno com ele. E esse filho... esse filho devia ter sido meu.
Kevin respirou fundo.
Pegou o comprimido branco do bolso interno — o mesmo que usava para conter seus impulsos. Mas não tomou. Pela primeira vez… deixou a raiva fermentar. Porque se Villano estava vindo…
talvez fosse hora de resolver tudo. De filho para filho. Marchesi contra Marchesi.
00:21 — Moscou — Residência Marchesi.
Villano chegou sem aviso. Como sempre.
Portas se abriram. Guardas recuaram.
Dante, sentado diante da lareira, erguia um cálice de vinho quando viu o filho entrar com os olhos carregados de algo diferente:
não fúria. Não raiva.
Algo mais denso.