Unirian entra silenciosa. Dante está sentado em uma poltrona lendo, mas ao ver a expressão dela, fecha o livro de imediato.
— O que houve? — ele pergunta.
Ela se senta à frente dele, visivelmente inquieta.
— É o Kevin... Ele está diferente.
Dante se enrijece sutilmente, mas tenta parecer neutro.
— Como assim?
— Hoje ele arrancou um brinquedo do Villano e disse que “ele tem tudo”, como se o Villano fosse algum tipo de ladrão. — Ela faz uma pausa, aflita. — E depois disse que a mãe dele contou isso pra ele.
Dante desvia o olhar. Silêncio.
— Dante... — Unirian continua, mais suave — você sente que tem algo errado entre eles? Como se Kevin não gostasse do Villano?
— Ele é só uma criança... — Dante tenta dizer, mas ela interrompe.
— Crianças sentem o que é dito nas sombras, amor. E repetem.
Ela olha nos olhos dele.
— Elena nunca te incomodou aqui em casa. Eu confiei nela. Mas agora... eu não sei. Algo mudou.
Dante se levanta devagar, como se o chão estivesse desmoronando sob seus pés.
— Eu