Gatinha enjaulada

Unirian estava a entrar em pânico, andava de um lado para outro, chorava horrores, tinha apenas 22 anos, como tudo isso podia estar a acontecer tão rápido dessa forma.

Em desespero, ela entrou no quarto da mãe. Fazia semanas que não entrava lá, sentiu aquele cheiro e suas lágrimas se intensificaram. Pegou os comprimidos que eram da mãe e tomou todos eles, esperando que assim o bebê e não só, fossem embora.

Meia hora depois, o efeito já estava presente nela, sua visão estava nublada, seus passos não eram fixos. Ela tentava pedir ajuda, mas ninguém estava em casa, pois tinha se arrependido, mas já era tarde, ela rolou de escada a baixo.

Ricci e mais dois homens chegaram na casa, olharam pela janela mais não conseguiam ver o que estava dentro.

— Abram a porta! Se ela não estiver melhor, assim vamos pegar ela de surpresa e leva-lá.

Minutos depois a porta já estava aberta, eles entraram sorrateiramente, mas tudo estava silêncio. Até que um dos homens tropeça em algo no chão.

— Porra— murmurou, caindo nas escadas— ah, chefe, acho que a encontrei.

Unirian estava deitada no chão e com uma poça de sangue escorrendo da sua cabeça.

— Ela ainda está viva — falou Ricci, segurando em seu pulso— levem ela para o hospital agora, mas para o nosso— especificou.

— Sim senhor.

No hospital, faziam horas desde ela ela chegou, Dante estava sentado ao seu lado,

Quando ela abriu os olhos, viu o balão de soro, e respirou fundo, percebeu que estava viva, voltou a fechar.

Mas o suspiro do homem ao seu lado, a fez abriu os olhos e ver quem era.

— Finalmente acordou, não aguentava mas esperar por você— falou o homem ao seu lado que não precisava levantar a voz para dominar uma sala, o silêncio fazia esse trabalho por ele. Seu rosto, esculpido com precisão, carregava a frieza de quem já viu demais e confiava de menos. Os olhos penetrantes e serenos, de um castanho escuro quase insondável, pareciam calcular todos os movimentos ao redor, como se o mundo fosse apenas um jogo de xadrez, e ele, o único que conhecia todas as jogadas.

A barba bem aparada reforçava a imponência de sua mandíbula, enquanto os lábios cerrados raramente se dobravam a sorrisos. Quando o faziam, era mais ameaça do que charme.

Seu cabelo, escuro como a noite, estava sempre no lugar, não por vaidade, mas por controle. Nada em sua aparência era aleatório. O suéter preto de gola alta caía perfeitamente sobre seu físico firme, mas discreto. Elegância sóbria, sem exageros. O tipo de homem que passaria despercebido... se não carregasse uma presença que gritava perigo mesmo no mais absoluto silêncio.

No pulso, um relógio de luxo metálico, símbolo de um tempo que ele sempre teve de sobra ou tirou de alguém. Seus dedos eram firmes, e os gestos comedidos, como se cada movimento tivesse um significado velado. O tipo de homem que nunca perdia o controle, porque ele era o próprio controle.

Quem era na verdade? Poucos sabiam. Voz? Raramente ouvida. Mas quem o conhecia, sabia de uma coisa:

> Quando ele aparecia... era porque já era tarde demais.

— Você? Estamos nos vendo muito, afinal quem é você — falou, sua garganta estava seca.

— Pode dizer-se que sim. Não me conhece? — Dante parecia surpreso. Não tinha ninguém nesse país que não soubesse quem ele era.

— Se soubesse não perguntava — falou ela, impaciente.

“Que porra é essa“ pensou, Dante estava surpreso.

— Eu sou o pai do filho que está carregando— ele se aproximou dela — Essa tua tentativa de suicídio vai ser punida assim que sair daqui, como ousa tentar matar filho de Dante Marchesi? — sua voz estava grossa. Unirian respirava rápido demais. Tanto que ele podia ver o peito da jovem subir e descer.

Dois mundos completamente opostos, unidos por tensão, colisão de forças e aquele tipo de química que a gente sente no ar antes mesmo de acontecer.

Voltou a sua posição reta e saiu do quarto, deixando a jovem com medo na cama do hospital.

Após sair, Ricci entra. Unirian pensou que estivesse salva, pois sabia que ele era um policial.

— Senhor policial, aquele homem… — sua voz estava falha— aquele homem…

— Eu não sou policial, meu nome é Ricci e eu trabalho para aquele homem que acabou de sair— explicou. O que não deixou Unirian mais calma.

— O que querem? Eu não tenho nada.

— O bebê que está na tua barriga, ele é importante para meu chefe— falou Ricci.

Unirian não respondeu, apenas olhou para ele e se virou para o lado. Em sua mente, ela não estava grávida, não podia estar.

Três depois da alta, Ricci apareceu novamente.

— O que senhor faz aqui?

— Vamos te levar para casa.

— Não precisa, eu sei como pegar um táxi.

— O meu chefe quer que vais com ele, para casa — ele foi mais específico.

— Eu não vou para casa de um homem que não conheço, nem morta.

— Se não for por bem, vai morta mesmo— falou Dante parado na porta, com as mãos em seus bolsos da calça.

Os dois olharam para ele, surpresos com a sua presença .

Unirian se virou para continuar o que estava fazendo.

— Então me mata, por que de livre espontânea vontade, eu não vou— falou passando por Ricci, mas sendo impedida por Dante. Que com sua posição, ocupava uma boa parte na passagem.

— Com quem pensa que está falando? — Dante estava irritado, ninguém se atreveria a lhe responder dessa forma, algo nela o desestabilizou. Talvez os olhos. Talvez o jeito como ela não teve medo dele. Talvez o fato de que ela estava carregando uma vida... algo que ela acreditava não merecer.

“Você não sabe quem eu sou nem do que eu sou capaz” pensou.

— Com a minha avozinha — falou ela, olhando para cima bem nos seus olhos. Ela parecia distante, mesmo com seus olhos bem perto ao dele.

Dante era o tipo de homem que você não procurava... ele te encontrava. E quando o fazia, era porque já havia decidido o que queria. Controlador, perigoso, impassível.

Seu maxilar se movia de um lado para outro, estava se sentindo desrespeitado. E ainda mais a frente de seus homens.

Dante tirou a arma da cintura, manipulou e apontou bem na sua cabeça.

— Não teste a minha paciência, Deus não foi generoso com isso em mim— seus lábios mexiam, mas seus dentes estavam cerrados.

Unirian olhou para ele, estava morrendo de medo, mas não queria demonstrar.

Olhou ainda mais fundo nos seus olhos e abaixou a arma que estava em sua cabeça. Passou por Dante que ficou indignado com a reação dela.

Unirian saiu e os homens foram atrás dela, já que não iria por bem, tinham outras maneiras. Ela foi dopada e colocada no carro.

— Meu amigo, vejo que vai ter muito trabalho pela frente— falou Ricci, passando por ele também.

Dante guardou a arma e antes de sair socou a porta. Não estava acreditando que aquilo estava acontecendo.

No carro, Unirian estava dormindo ao lado dele.

Já em casa! Eles trancaram ela no quarto de cima.

Quando ela acordou, estava zonza, saiu da cama ainda cambaleando.

— Hei, onde estou? — falou ela, sua voz estava fraca.

Dante observava ela no seu computador, tinha câmeras de segurança em toda parte do quarto incluindo no banheiro.

— Me tirem daqui— gritou ela.

As batidas na porta a faziam parecer como um gato enjaulado, ele estava gostando de ver ela daquele jeito.

Unirian grita até se cansar, mas então ouve a porta abrindo.

Era uma mulher jovem, vestida com pouca roupa, parecia ser empregada.

Deixou uma bandeja de comida, mas não abriu a porta totalmente.

— Me tira daqui por favor, eles me sequestraram— falou ela, tentando abrir a porta mais parecia ter alguma coisa presa. Impedindo a abertura total— Hei, consegues me ouvir? Me ajuda— falou antes da porta de fechar— abre isso, hei, não me deixem aqui— gritou. Mas parecia ser em vão.

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