Medo automático

Posso ver o aperto na sua mandíbula.

Minhas pernas cederam. Me apoiei na beirada da cama e comecei a soltar os botões do hábito. Um por um. Cada clique era uma tortura. Me sentia nua antes mesmo de tirar qualquer coisa.

Virei de costas. Não por segurança. Mas por vergonha. Despi o hábito devagar, tentando manter o corpo coberto com os braços. A sensação do ar frio sobre a pele exposta era insuportável.

Quando tirei o véu, meu cabelo caiu em ondas soltas pelas costas. Castanho escuro, espesso, cacheado — selvagem. Não havia trançado antes de dormir, então ele desceu rebelde até a altura da minha bunda. O quarto pareceu se preencher com o cheiro doce do meu shampoo, e por um instante, o ar mudou. Senti o jeito como ele me olhava.

Quando levantei o rosto por um segundo, vi. O olhar dele. Devorador. Não havia luxúria explícita, mas… curiosidade. Peso. Avaliação. Como se ele gravasse cada centímetro do meu corpo na memória. Mas era no meu cabelo que seus olhos pareciam presos, como se
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